Isso faz pelo menos uns 15 anos, naquela época agente não esquentava a cabeça com nada mesmo, era tudo muito mais simples, sem internet, sem muito vídeo games, o que existia era a rua. Nela você fazia amigos ou inimigos, apanhava , batia , chorava e ria, mas vivia tudo isso, não era como receber um spam com 300 anexos de alguém de Burkina – Fasso, era real. Na rua agente também aprendia o que era gostar de alguém (aquela coisa de deixar chocolate na caixa do correio com bilhetinho e talz...) era diferente. Havia sentimento, mas havia segurança. Os vizinhos se sentavam a porta de suas casas para conversar até tarde, com as crianças na rua brincando, era tudo mais amigo, mas hoje se você fica na porta da sua casa sentado, você acaba tendo que entrar na marra com alguns assaltantes te ameaçando. Eu consigo entender essa geração computador. É a insegurança que os obriga a ser como são, o medo de estar na rua os faz namorar mais pelo Orkut do que ao vivo. Me lembro de quando comprei meu primeiro PC, entrava nos primórdios da Internet pra conversar no ICQ, e a minha mãe dizia :” vê se cria juízo e para de falar com a tela do computador!”. É mãe , o tempo passou e hoje eu falo mais com você pelo MSN do que ao vivo. Muito mudou.O juízo não sei se chegou.
Ontem estava num buteco conversando sobre isso com alguns filósofos lá presentes , e um deles disse que o último lugar onde você pode procurar juízo é num bar, e talvez ele tenha razão mãe, na sua falta, fui lá tomar juízo, e só encontrei cerveja.